2022: um ano para a aviação brasileira decolar.

2022: um ano para a aviação brasileira decolar.

Após dois anos de fortes perdas causadas pela pandemia da Covid-19, 2022 promete ser o ano da efetiva retomada da aviação. E esse movimento de ascensão, segundo especialistas do segmento, deve acelerar ainda mais nos próximos anos graças a grandes investimentos da iniciativa privada e a modernização na legislação do setor promovida ao longo do ano passado.

Muitas dessas mudanças importantes partem do Voo Simples, um programa do Ministério da Infraestrutura, lançado em outubro de 2020 e implementado ao longo de 2021, que visa desburocratizar a aviação civil brasileira, com foco no desenvolvimento da aviação geral. São previstas diversas ações que passam pela alteração de normas e leis para registro de aeronaves, manutenção, certificação de componentes, licenças para aeródromos e várias medidas que visam facilitar a obtenção de autorizações junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Aproximadamente, 90% das 69 iniciativas previstas no programa já foram iniciadas ou concluídas.

“Passamos hoje por um momento de modernização da aviação no Brasil, dando flexibilidade e apoio a quem quer investir no País. Portanto, a intenção do programa Voo Simples é justamente desburocratizar e dinamizar economicamente o setor”, afirma Rodrigo Neiva, que é incorporador, diretor comercial e um dos empreendedores responsáveis pelo Antares Polo Aeronáutico, mega empreendimento aeroportuário que está sendo construído no coração no Brasil, em Aparecida de Goiânia, região metropolitana de Goiânia. O projeto é encabeçado pelas empresas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações.

Para o empresário, ao longo das últimas décadas, a aviação civil no Brasil não só parou no tempo, em termos de legislação, mas também encolheu em infraestrutura. “Segundo muitos especialistas do setor, há 55 anos, estimava-se que o Brasil contava com cerca de 400 aeroportos, onde podia-se receber voos comerciais. Hoje você tem menos de 100 aeroportos autorizados a receber voos comerciais. Por isso a aviação no Brasil, diferente do que houve no mundo todo, encolheu, pois acabaram-se com os voos regionais, investiu-se apenas na Aviação Comercial e mesmo assim somente nas rotas de capital para capital”, explica Rodrigo Neiva.

Outro dado importante lembrado por Neiva é que num universo de mais de 5.600 municípios brasileiros, somente 100 são atendidos por voos regulares da aviação comercial, deixando aproximadamente 5.500 cidades fora dessa rota aérea. “Muitas, que são extremamente importantes para o nosso agro e também nosso turismo interno, podem ser atendidas pela aviação geral, de forma regular”, afirma.

Iniciativa privada

O empresário avalia que a retomada em 2022 virá, não só pela expectativa de maior movimentação da atividade turística e gradual controle da pandemia, mas também pelos grandes investimentos que estão vindo da iniciativa privada. “O Brasil, nos últimos três anos, teve um crescimento exponencial na parte de infraestrutura. Você tem, por exemplo, grandes investimentos que foram feitos e que ainda serão feitos em ferrovias, com a entrega e execução de vários contratos de concessão já assinados para a gestão de trechos da [Ferrovia] Norte-Sul. Também no modal aéreo, com vários grandes aeroportos que já foram privatizados e outros investimentos que virão com novos leilões para este ano. Tivemos e teremos também grandes investimentos em portos”, salienta o sócio do Antares Polo Aeronáutico.

Neiva lembra que todo esse processo de modernização da aviação civil no Brasil foi implantado e levado adiante, mesmo num momento difícil como o da pandemia, que gerou perdas mundiais da ordem de US$ 157 bilhões entre 2020 e 2021, segunda estimativas da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês). “Felizmente, mesmo durante esse momento difícil, essas mudanças aconteceram. Para o primeiro semestre de 2022 já temos previsto a última rodada de privatizações dos grandes aeroportos, onde devem entrar ‘as jóias da coroa’, que são os aeroportos Santos Dumont (no Rio de Janeiro) e o de Congonhas (em São Paulo)”, lembra Neiva.

Fonte: https://www.defesaaereanaval.com.br/analise/2022

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